Introdução
Neste post, vamos explorar o tema essencial dos fatores de riscos psicossociais no ambiente de trabalho, conforme destacado na recente atualização da NR-1 no Brasil.
Os leitores poderão compreender a importância de identificar e gerenciar esses riscos para melhorar a saúde mental e emocional dos trabalhadores.
Contexto
Devido à falta de consenso dentro da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) do Brasil, o governo incluiu os riscos psicossociais na NR-1, enfatizando seu papel crítico na saúde ocupacional.
Com o aumento global dos problemas de saúde mental, o objetivo é promover o bem-estar mental além da segurança física. Isso não requer um diploma de psicologia, mas sim uma compreensão de princípios como a ergonomia cognitiva, incentivando a colaboração entre profissionais de segurança, engenheiros e psicólogos.
Estrutura
Introdução aos Fatores de Riscos Psicossociais na NR-1
Explicação sobre a NR-1 e suas atualizações recentes.
Entendendo os Fatores de Riscos Psicossociais
Definições e exemplos de riscos psicossociais.
Diferença entre Risco e Perigo
Esclarecimento entre risco e perigo, incluindo exemplos.
Perigos Psicossociais no Trabalho
Destaque para perigos psicossociais comuns, como burnout e estresse.
Como Gerenciar os Riscos Psicossociais?
Etapas no gerenciamento de riscos psicossociais, com referência à ISO 45003:2021.
A Importância da Liderança e Participação dos Trabalhadores
Ênfase no compromisso organizacional para o gerenciamento de riscos.
Política de Saúde e Segurança no Trabalho (SST)
Diretrizes para a criação de políticas de apoio à gestão de riscos psicossociais.
Ciclo PDCA na Gestão dos Fatores de Riscos Psicossociais
Visão geral do ciclo PDCA na gestão dos fatores psicossociais.

1. Introdução aos Fatores de Riscos Psicossociais na NR-1
A nova atualização da NR-1, implementada em 26/05/2025, trouxe mudanças significativas para a área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). Com a inclusão dos fatores de riscos psicossociais, a NR-1 reforça a importância de abordar o bem-estar mental no ambiente de trabalho. Este ajuste foi necessário para acompanhar o aumento de doenças mentais, um fenômeno crescente globalmente e com projeções alarmantes para o futuro. A nova regulamentação incentiva as empresas a incorporarem boas práticas para a saúde psicológica dos trabalhadores.
A NR-1 não exige que o profissional seja especialista em psicologia, mas enfatiza a importância de entender princípios básicos, como a ergonomia cognitiva. Esses princípios abordam aspectos emocionais, sociais e comportamentais que, se negligenciados, podem impactar negativamente a saúde dos colaboradores. Esse conhecimento deve ser compartilhado entre colegas e profissionais de SST para desenvolver um ambiente de trabalho mais saudável e inclusivo.

2. Entendendo os Fatores de Riscos Psicossociais
Os fatores psicossociais são características das condições de trabalho que podem afetar a saúde mental e física dos colaboradores. São exemplos desses fatores a sobrecarga de trabalho, a monotonia e a falta de apoio. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta como riscos psicossociais, além da sobrecarga, o assédio, a violência, o stress e a insegurança no emprego. A presença de tais fatores pode afetar significativamente o equilíbrio emocional e o desempenho dos trabalhadores, prejudicando o ambiente de trabalho e a produtividade.
Ao tratar desses riscos, a NR-1 se alinha às diretrizes internacionais para a criação de um ambiente de trabalho mais seguro e respeitoso. As empresas são incentivadas a identificar, avaliar e gerenciar esses fatores, buscando prevenir transtornos como o burnout e o stress crônico. Isso se traduz em um compromisso com o bem-estar psicológico dos trabalhadores, promovendo uma cultura de apoio mútuo e cooperação.
3. Diferença entre Risco e Perigo
Entender a diferença entre risco e perigo é fundamental para gerenciar os riscos psicossociais. Enquanto o perigo é uma fonte com potencial de causar dano, o risco é a probabilidade de que esse dano ocorra em determinadas condições de trabalho. Por exemplo, o perigo pode ser representado pela carga de trabalho elevada, enquanto o risco envolve a chance de que essa carga excessiva leve ao desenvolvimento de doenças mentais.
Para gerenciar riscos psicossociais, é essencial identificar os perigos presentes e avaliar a probabilidade de ocorrência de danos. Esse processo de avaliação auxilia as empresas a implementar medidas de prevenção eficazes, mitigando os riscos e garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e saudável para todos.

4. Perigos Psicossociais no Trabalho
Os perigos psicossociais comuns incluem o burnout, o estresse crônico, a depressão e a ansiedade. Essas condições resultam de interações negativas no ambiente de trabalho, como a falta de apoio ou a pressão excessiva.
O burnout, por exemplo, é um estado de exaustão extrema causado por sobrecarga emocional e pode levar a sérias consequências para a saúde mental e física dos trabalhadores.
Além disso, a exposição a situações de violência, seja moral ou física, também representa um perigo significativo. Esses perigos não apenas afetam o indivíduo, mas também comprometem a dinâmica organizacional, elevando os níveis de absenteísmo e reduzindo a eficiência da equipe. As empresas devem priorizar a identificação e o tratamento desses perigos para garantir um ambiente de trabalho seguro.
5. Como Gerenciar os Riscos Psicossociais?
O gerenciamento dos riscos psicossociais segue algumas etapas essenciais: diagnóstico, levantamento, identificação, avaliação e planejamento. Esse processo deve estar alinhado ao novo texto da Portaria MTE 1.419 NR-1, Capítulo 1.5, que incorpora os fatores psicossociais à legislação trabalhista. A norma ISO 45003:2021 também oferece diretrizes que podem ser aplicadas no gerenciamento desses riscos, auxiliando as empresas na criação de um ambiente de trabalho mais saudável.
A aplicação dessas etapas deve ser acompanhada de uma análise contínua, envolvendo todas as áreas da empresa, desde a alta administração até os funcionários.
Com uma abordagem holística, o gerenciamento dos riscos psicossociais torna-se mais eficaz, promovendo o bem-estar dos trabalhadores e prevenindo doenças.
6. A Importância da Liderança e Participação dos Trabalhadores
Para uma gestão de riscos bem-sucedida, é fundamental que a liderança demonstre compromisso e incentive a participação dos trabalhadores. Isso cria um ambiente de transparência e confiança, onde todos se sentem responsáveis pelo bem-estar coletivo. A alta administração deve atuar ativamente, fornecendo os recursos necessários para a implementação das políticas de prevenção.
A gestão dos riscos psicossociais depende da colaboração entre todos os níveis hierárquicos. Um ambiente de trabalho que valoriza a participação ativa e o comprometimento dos funcionários contribui para a redução dos riscos e promove a saúde mental, criando uma cultura organizacional mais saudável.
7. Política de Saúde e Segurança no Trabalho (SST)
A criação de uma política sólida de SST é essencial para o gerenciamento dos riscos psicossociais. A política deve incluir compromissos claros com a prevenção de doenças mentais e a promoção do bem-estar, estabelecendo uma estrutura para monitoramento e melhoria contínua. É recomendável que a política seja revisada periodicamente para se manter relevante e eficaz.
Essa política deve estar em consonância com outras políticas organizacionais, como recursos humanos e responsabilidade social. Um ambiente que valorize a dignidade, o respeito e a confidencialidade contribui para a criação de uma cultura organizacional onde o bem-estar psicológico é uma prioridade.
8. Ciclo PDCA na Gestão dos Fatores de Riscos Psicossociais
O ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) é uma ferramenta eficaz para a gestão contínua dos fatores de riscos psicossociais.
Com ele, é possível planejar ações, implementar melhorias, monitorar resultados e ajustar estratégias conforme necessário. Esse ciclo é fundamental para garantir que a empresa esteja em constante evolução no que diz respeito à gestão de riscos psicossociais.
A aplicação do PDCA permite que a organização avalie continuamente o desempenho, consulte os trabalhadores, revise processos e realize auditorias. Dessa forma, as ações de melhoria são baseadas em dados concretos, garantindo um ambiente de trabalho mais seguro e promovendo o bem-estar dos colaboradores.

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